Parece cocaínaaaaaa...

... mas é só tristezaaaa...



Eu estava ouvindo a super rádio aqui da minha cidade provinciana, observe que foi no singular mesmo, porque existe apenas uma rádio, mas então, eu estava ouvindo e tocou legião urbana.

Há tempos não escutava essa música (entendeu o trocadilho?? hã hã? rs).

Deu saudades da minha adolescência aqui no interior. Nossa maior alegria era fazer montinho no Leandro, um amigo nosso bem magrela. Ele sempre chorava e a gente ficava rindo.

E então eu pensei: Como éramos maldosos. Meu Deus do céu.

Muito engraçado.

Lembrei dos apelidos que arrumávamos um para os outros. E como pegávamos Dôdo pra Cristo.

Deu saudades de ir tomar sorvete as 3 horas da tarde no Sr. Luís. De ir para a Educação Física no calor de 30 graus e achar super legal. De correr para a Natação, depois para o inglês, passando pelas aulas de piano e ... putz. que vida agitada e gostosa.

Todas essa nostalgia causada por uma simples música do nosso saudoso Renato Russo. Não se fazem mais compositores como antigamente. (pareço uma senhora de idade falando de... de... de... sei lá! Pixinguinha?)

Aí agora me veio a professora Cida com as aulas de literatura... e um poema do Casimiro de Abreu, nossa, foi inclusive usado no filme Cidade de Deus, (mas isso eu só citei para parecer que eu sou super in do mundo cinéfilo e cultural), salvo engano da segunda fase do romantismo (será que eu realmente acertei isso?!?! Jésus! É grave a situação... rs):

E como diz o Caju, fica aí a dica de leitura.

Aquele abraço!

Meus oito anos

Oh! que saudades que tenho
Da aurora da minha vida,
Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais!
Que amor, que sonhos, que flores,
Naquelas tardes fagueiras
À sombra das bananeiras,
Debaixo dos laranjais!

Como são belos os dias
Do despontar da existência!
— Respira a alma inocência
Como perfumes a flor;
O mar é — lago sereno,
O céu — um manto azulado,
O mundo — um sonho dourado,
A vida — um hino d'amor!

Que aurora, que sol, que vida,
Que noites de melodia
Naquela doce alegria,
Naquele ingênuo folgar!
O céu bordado d'estrelas,
A terra de aromas cheia
As ondas beijando a areia
E a lua beijando o mar!

Oh! dias da minha infância!
Oh! meu céu de primavera!
Que doce a vida não era
Nessa risonha manhã!
Em vez das mágoas de agora,
Eu tinha nessas delícias
De minha mãe as carícias
E beijos de minhã irmã!

Livre filho das montanhas,
Eu ia bem satisfeito,
Da camisa aberta o peito,
— Pés descalços, braços nus —
Correndo pelas campinas
A roda das cachoeiras,
Atrás das asas ligeiras
Das borboletas azuis!

Naqueles tempos ditosos
Ia colher as pitangas,
Trepava a tirar as mangas,
Brincava à beira do mar;
Rezava às Ave-Marias,
Achava o céu sempre lindo.
Adormecia sorrindo
E despertava a cantar!

................................

Oh! que saudades que tenho
Da aurora da minha vida,
Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais!
— Que amor, que sonhos, que flores,
Naquelas tardes fagueiras
A sombra das bananeiras
Debaixo dos laranjais!

(* Mano! Eu sei essa poesia inteira decor! Caracas! Dá-lhe Cidão!)